Mito de Procusto


Procusto era um bandido que vivia na serra de Elêusis.
Em sua casa, ele tinha uma cama de ferro com medidas exatas do seu tamanho, para a qual convidava todos os viajantes a se deitarem.
Se os hóspedes fossem maiores que a cama, ele amputava o excesso de comprimento com um machado para ajustá-los, e os que tinham pequena estatura eram esticados com roldanas e cordas até atingirem o comprimento suficiente.
Os "hóspedes" nunca se ajustavam exatamente ao tamanho da cama porque Procrusto, secretamente, tinha duas camas de tamanhos diferentes.

Continuou seu reinado de terror até que foi capturado por Teseu que, em sua última aventura, prendeu Procusto atravessado em sua própria cama e cortou-lhe o que sobrava para fora da cama (a cabeça e os pés), aplicando-lhe o mesmo suplício que infligia aos seus hóspedes.

Procusto significa "o esticador", em referência ao castigo que aplicava às suas vítimas.

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Trazendo o mito para os dias de hoje temos uma ótima comparação entre os "ajustes" de Procusto e o modo como nos relacionamos uns com os outros.

Cada pessoa é um universo infinito de possibilidades, de conhecimentos, de culturas, de gostos, de ideias... 
É ignorância tentar limitá-la aos nossos leitos pré-moldados de acordo com nossos interesses e a nossa percepção da vida, pois temos extrema dificuldade em lidar com diferenças na vida.

Tomamos as diferenças como algo perigoso e que deve ser evitado, mas não é assim que tem que ser.
As diferenças são o que nos enriquecem.

O que eu teria a ensinar para alguém exatamente como eu, com os mesmos costumes, ideias, hábitos, culturas e conhecimentos? NADA!

Para que sejamos bem sucedidos em nossos relacionamentos, precisamos nos relacionar de maneira adequada independentemente do que a outra pessoa faz ou deixa de fazer, sem querer ajustá-la.

As pessoas entram em relacionamentos cheias de expectativas que nem sempre serão preenchidas da forma que imaginavam.
Expectativas, que em sua maioria "secretas", o parceiro desconhece e muito menos deu motivos para a existência delas.

Aí que entram os ajustes "procústicos".
A pessoa se sente frustrada em suas expectativas e para preenchê-las decide que precisa ajustar o parceiro. Não só decide como espera religiosamente que essas mudanças ocorram.

Não esteja com alguém esperando que ela ajuste.
Não se relacione com alguém pretendendo que ela mude.
Não tente mudar ninguém!
Aprenda a respeitar e a aprender com as diferenças.

O relacionamento feliz é aquele que nasce de benefícios e interesses comuns de todos os envolvidos. É um exercício de aceitação e compreensão.

Abraços e muita luz.
Att, Luiz Claudio

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