A Verdade de Cada Um
Estou lendo o livro "A verdade de cada um" da Zibia Gasparetto.
Resumidamente, o livro conta a história de Elisa uma mãe de família clássica e muito dedicada aos três filhos e ao marido, Eugênio.
Em um dia como outro qualquer, Eugênio abre o jogo e toma uma decisão que poderá mudar todo o curso da história dessa família. Há anos insatisfeito com o casamento, decide por fim pedir o divórcio e se casar com outra mulher.
Fora de si, Elisa sai desesperada buscando respostas e refletindo sobre todos os acontecimentos quando ao atravessar a rua, insófrida, um farol ofusca sua visão e a última coisa que se ouve é o estrondo da colisão.
Com este fato inesperado, os planos e as vidas de todos se altera drasticamente.
Se por um lado, no plano material, Eugênio, que sempre fora um pai ausente e nunca se dedicara à família, se vê obrigado a assumir o papel que sempre renegara, enquanto sua cunhada, Olívia, vive culpando-o pela morte de Elisa.
No plano espiritual Elisa vai ter que aprender a se desapegar e a deixar aqueles que ama livres.
Ela que sempre foi esposa dedicada e por tantas vezes abdicara das próprias vontades e desejos para satisfazer ao marido e efetuar dignamente, como lhe foi ensinado, o papel de dona de casa exemplar. Vê-se indignada no plano astral e não aceita ajuda dos amigos espirituais, preferindo estar junto aos seus, como um encosto, para que Eugênio lhe pague por tudo aquilo que ela julga ter sofrido por causa dele.
Ao longo da história, Elisa vai percebendo como somente ela é responsável pela própria felicidade e que culpar os outros é tão ineficaz e ilusório quanto viver para agradar. Assim, ela vai assumindo as próprias responsábilidades e tomando o controle da própria vida.
Se por um lado Eugênio faltou-lhe com o apreço e atenção ao longo dos anos de casado, por outro ela deixara de ser a pessoa amável e radiante que fora em épocas jovens. Com o tempo e o casamento, ela passara a priorizar a família e o marido e esqueceu-se de si mesma. Esqueceu-se de se amar em primeiro lugar. Já não tinha o mesmo brilho, a mesma vivacidade. Isso fez com que o marido não a reconhecesse mais como a mulher por quem se apaixonara.
Nesse jogo de ações, percebemos que a vida não é tribunal, que não existem culpados, nem réus, nem juízes e nem algozes. Somos todos inocentes e ao mesmo tempo responsáveis pelas consequencias de nossos atos e escolhas. E arcar com os frutos advindos dos caminhos que optamos trilhar faz parte da nossa evolução.
No desenrolar desta incrível narrativa, que nos prende do início ao fim, vemos como a vida sempre age em prol da nossa evolução, por mais dolorosa que ela seja. E que não adianta nos projetarmos em nossas ilusões, pois um dia todas elas serão postas à prova nos causando sofrimento. A chave da felicidade está na escolha individual e no saber respeitar a verdade de cada um.
Como não acredito em coincidências, e a espiritualidade tem me mostrado cada vez mais que coincidências não existem, espero que este livro possa ser tão conveniente para você quanto está sendo para mim.
O livro chama a atenção, com a narração de uma história real, para o modo como nos relacionamos, sempre indo de extremos a extremos. Não podemos abdicar de nossas próprias vontades para querer satisfazer o outro e muito menos cobrar isso da pessoa. Seja livre e deixe que sejam livres.
Não seja pretencioso a ponto de esperar que as pessoas sempre farão por você aquilo que você faz por elas. E nem ganancioso a ponto de só fazer pelas pessoas aquilo que espera que elas retribuam. Faça o que tem vontade, sem esperar nada em troca. Faça por amor, faça por você, faça por que é de sua natureza. Só assim, agindo em conformidade com nossos sentimentos mais íntimos e nossa essência é que podemos ser livres plenamente para entender o verdadeiro significado de amar por amar.
Att, Luiz Claudio
